20.11.16

Museu Paranaense, um passeio inusitado em Curitiba

Quando se fala em museu de Curitiba, o que vem à cabeça? Provavelmente, o Museu Oscar Niemeyer, né? Pois é, não há dúvidas de que essa seja a maior referência de museu na cidade, considerando seu espaço, seu desenho arquitetônico, quem criou o projeto e tudo mais...

E foi por todo esse destaque que particularmente acabei esquecendo que havia outros museus para conhecer na cidade e nunca tinha me passado pela cabeça visitá-los em anos. Mas eis que um passeio em família se tornou a oportunidade perfeita para conhecer um desses museus tão bacanas quanto o Museu do Olho: o Museu Paranaense!



Olhando de fora, eu entendo: é difícil imaginar que passear por um prédio grande e antigo possa ser tão interessante assim, a ponto de dedicar horas preciosas do seu passeio por Curitiba. Mas dar uma chance assim, "no duro", pode te conduzir a uma agradável surpresa.

Para ver só, meu pai não é lá muito chegado em ver coisas antigas (exceto carros) - quando não lhe interessa, ele não tem pudores em passar o trajeto inteiro bocejando. Porém, não só não flagramos bocejo algum, como também ele saiu do museu bem admirado e exclamando, sem ninguém perguntar, que foi muito bom. Então, vai com fé, colega!

A louca dos lustres voltou! Mas essa estrutura do teto também é muito bacana!

O Museu Paranaense está no Centro Histórico e, antes de ter essa função, já foi uma casa, a sede do Governo Estadual, a sede do Tribunal Regional Eleitoral e abrigo para o acervo do Museu de Arte do Paraná. O prédio de 1929 foi tombado em 1987, passou por reformas, e se tornou o museu de hoje somente em 2003.

Cercado por instalações e móveis de madeira maciça, papeis de parede com padrões nobres, lustres robustos, um ambiente à meia-luz e uma calmaria que consegue ignorar a muvuca de fora, acho que não exagero quando digo que, ao entrar lá, somos transportados para uma realidade paralela.


O Museu mantém várias exposições ao mesmo tempo; na nossa entrada, fomos recepcionados com uma mostra de brinquedos antigos, datados bem antes de um Atari da vida: louças de porcelana para um chá, trenzinhos de ferro, bolas rústicas de couro, bonecos com roupinhas detalhadas, jogos de tabuleiro, máquinas de costura de ferro etc.

Matte Leão


Subindo as escadas, chegamos a um escritório espaçoso cercado por cristaleiras iluminadas. Elas  guardam o acervo do antigo Museu do Mate, mantido pela tradicional família Leão Junior, que foi protagonista do Ciclo da Erva-Mate no Paraná.


Acho que o que mais me encantou foram as cuias e bombas de prata - vrrrá, Karupin entende só um pouquinho de chimarrão - expostas nas cristaleiras, algumas cheias de detalhes lindos cravados!

Nesse mesmo andar também havia ambientes que simulavam os cômodos da casa de uma família bem abastada no início do Século XIX, com direito inclusive à reprodução do (enorme) banheiro, mas... Sei lá, não tirei muitas fotos porque não me interessou tanto assim... #sinceridade

Moedas e Medalhas



Voltamos ao primeiro andar e descemos mais um lance de escadas para encontrar o acervo de moedas e medalhas antigas do Museu!

Houve uma vez na escola em que fiz um stand sobre numismática com colegas para uma feira de ciências e, desde então, acabei criando um pouco de interesse pela área. Mas, mesmo sem essa experiência, acho que dá para aproveitar bastante! Dou umas brisadas, mas os desenhos e a arte cheia de simbologia que colocam tanto no dinheiro, quanto nas medalhas sempre me deixam admirada...


Para tudo, porque preciso fazer meu momento eu tenho uma coisa por lustres por motivos nobres: gente, o que é esse lustre que tem na seção das moedas? É de porcelana, é cheio de flores, é pastel, é maravilhoso! Só de ver algo tão lindo, o passeio já valeu toda a pena (e ele ainda não acabou!).


Pena que a luz da sala não era um aliado dos celulares, tive de forçar a edição... :(

História do Paraná


Depois das moedas e medalhas, um corredor nos direciona a uma verdadeira viagem pela História do Paraná, mostrando os primórdios do território que se tornaria o atual estado até a instalação da indústria no Século XX.


É difícil falar sobre os itens que constituem essa mostra, pois todo o acervo ocupa um anexo inteiro do prédio. Além disso, a experiência só tem graça se der para andar, ler as explicações e contemplar tudo isso ao vivo mesmo.



Mas vamos à colher de chá com os meus highlights do que tem na mostra: fósseis e restos mortais dos primeiros povos indígenas; instrumentos ligados ao trabalho escravo; canhões, metralhadoras antigas e armas usadas em guerras importantes do Paraná, como a do Contestado e a do Paraguai; e maquinários antigos de importantes empresas do estado, como a fábrica da Todeschini, o banco Banestado e o próprio Matte Leão.

Esta é Curitiba à época em que o Museu foi criado, em 1876, quando ele ficava na atual Praça Zacarias!

Depois dessa overdose de fotos, eu só posso concluir dizendo o seguinte: se estiver nos seus planos visitar o Centro Histórico de Curitiba, eu recomendo demais incluir no programa uma visita ao Museu Paranaense. Nada melhor que conhecer muito mais sobre onde vivemos (ou onde se está visitando) a partir de uma experiência interessante e surpreendente!

Nos fundos, há uma réplica da escultura "Arma em Nó", um dos maiores símbolos de ação contra a violência

Museu Paranaense
Rua Kellers, nº 289 - São Francisco
Telefone: (41) 3304-3300
» Entrada gratuita; visitas guiadas devem ser agendadas
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4 comentários

  1. Adorei a dica! Amo visitar museus e ver coisas antigas (ao contrário do seu pai), vou anotar para minha próxima visita a Curitiba!

    Beijos!
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    1. Hoe, Luisa! Tudo bom? :)

      Huahuahua, meu pai é irremediável nessas coisas! Já tivemos de adiar algumas idas a museus por estar "indisposto" a ver antiguidades e afins...

      Que bom que gostou da dica, flor! Espero que tenha ajudado com a sua programação para uma próxima visita a Curitiba! Se der, quem sabe a gente não se encontra, né? :)

      Muito obrigada por ter lido e deixado seu comentário! ♥
      Beijos, flor~

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  2. Interessante demais esse museu, adoraria conhecer! Vou guardar a referência para quando visitar o Paraná!

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    1. Hoe, Camila! Tudo bom? :)

      Yey! Que bom que gostou do museu! Eu tenho certeza que você vai se admirar com a experiência tanto quanto eu. E sinta-se sempre bem vinda! Quem sabe a gente não se encontre até lá, né? ;)

      Agradeço muito por ter lido e deixado seu comentário, flor!
      Beijos~

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