Nada acontece por acaso - é no que acredito. Em meio a um bloqueio criativo forte, resolvi abrir o editor de texto depois de vários blogs que acompanho trazerem uma mensagem uníssona, embora em posts de contextos diferentes: "seja mais light, não se cobre tanto nem espere muito, mas faça até se sentir satisfeito". Ok, aqui estou para falar de alguma coisa, qualquer coisa que seja. Vamos falar de um dos meus poucos hobbies: anime, né? Haha! 😂

Não costumo ver todos os animes de cada temporada, apenas aqueles que me despertam a curiosidade - por isso, já lamento caso você tenha perdido a viagem por não encontrar um título específico. Esta temporada foi meio atípica para mim, porque peguei mais de cinco animes para acompanhar. Como não tive com quem conversar a respeito, vamos desenrolar esse monte de caraminhola entalado e, com sorte, despertar a sua vontade de assistir também! ✨

Obs.: acho que consegui falar a respeito de cada um sem jogar spoilers, mas, caso você se sinta incomodado, poderia me dar um toque nos comentários, per favore? 😊

Card Captor Sakura: Clear Card


Agora com 14 anos, Sakura começa a frequentar o ensino intermediário (chuugakkou) junto de seus amigos e até de Syaoran, que volta à cidade de Tomoeda. Contudo, após ter um sonho com um indivíduo  misterioso de capa, todas as Cartas Sakura são apagadas e ficam sem poderes. Enquanto tenta descobrir o que aconteceu, Sakura adquire um novo báculo e captura novas cartas transparentes, as Cartas Clear.


Socorro que o retorno mais gostosinho dos últimos tempos acabou, own! 💙 Apesar disso, não tenho do que reclamar, pois a onda prazerosa de nostalgia me levou longe e pude aproveitar ao máximo o meu ship favorito de todos os tempos: cada momento de Sakura e Syaoran juntos - não só juntos, como em encontros, dando as mãos, abraçados, cês tão me entendendo?! - resultavam em gritos abafados da minha criança interior surtando fortemente. 😍


Na verdade, eu sabia que acabaria em mais ou menos tempo porque, desde o anúncio do anime, não foram publicados tantos capítulos do mangá, logo não havia muito conteúdo para trabalhar. Em compensação, a turma da produção do anime até que rebolou bem, produzindo fillers muito palatáveis que até flertaram com a nossa memória afetiva da série original.

A propósito, lá vai o choque de realidade: já fazem 18 anos desde que tivemos a oportunidade de acompanhar as aventuras da menina caçadora de cartas de Tomoeda na TV brasileira; por sua vez, o mangá tem 22 anos desde a sua primeira publicação no Japão! 😱 Pesou a idade aí? Aqui também, haha!

Nil Admirari no Tenbin


Chocada após testemunhar a tentativa de suicídio de seu irmão mais novo, Kuze Tsugumi começa a ver "auras" em determinados livros. Tomando ciência disso, a organização conhecida como Fukurou convida a jovem a fazer parte de seus trabalhos em busca de misteriosos livros amaldiçoados que induzem seus leitores a se matarem, tal qual seu irmão.


Esta é uma adaptação de otome game com o mesmo design de personagens de Diabolik Lovers. Não conhece? Nem se dê ao trabalho de procurar, eu resumo pra você: mocinha só é vista como fonte de comida e jogada de um lado para outro pela cambada de vampiro, em sua maioria, escrota. Apesar de ter esse ranço desgraçado por Diabolik Lovers, resolvi dar uma chance a Nil e devo admitir que não me arrependi: foi okay, um pouquinho acima da média até. ✨

Infelizmente, como é de praxe nesses plots, a protagonista não tem muito tempero nem profundidade, mas ao menos lhe deram uma origem e uma motivação pela qual se envolve com a organização onde estão os boys magia da história. Estes, por sua vez, buscam a fonte criminosa por trás da distribuição de livros amaldiçoados que carregam o rancor, remorso e desespero de seus autores e induzem seus leitores a se matarem.

Achei essa premissa muito bacana e o desenvolvimento da história até a solução de todos os mistérios foi bem satisfatória. No entanto, a incógnita, para mim, é outra: por que diabos todos esses boys tão maravilhosos acabam se apaixonando por essa mesma menina, gente? 🙄 Sério, a amiga dela toda pra frentex, jornalista, feminista e de vanguarda era muito mais interessante - poxa, eu realmente queria muito que tivessem a desenvolvido melhor, haha! 😂

3D Kanojo Real Girl


Tsutsui encaixa-se perfeitamente no estereótipo de otaku, vivendo absorto em games e animes, enquanto evita ao máximo as relações sociais. Punido, por um atraso, a limpar a piscina da escola, ele conhece Igarashi, uma garota bonita, mas meio displicente e com uma fama promíscua - tudo o que Tsutsui não gosta em garotas de verdade. Sua primeira impressão, no entanto, muda aos poucos até o ponto em que Igarashi lhe propõe em namoro.


A garota mais bonita da escola dá bola para o mais nerd - convenhamos, não é o plot mais original da vida, mas resolvi dar uma chance porque, diferentemente da maioria das obras com essa premissa, não se tratava de algo ecchi (ou seja, fanservice, apelo obsceno), mas sim de um romance colegial for real.

O crescimento do protagonista como pessoa é o prato principal da história, já que ele tem uma autoestima baixíssima, isolou-se por trás de seu hobby e tem grandes dificuldades para socializar. A percepção que tive na maioria dos episódios era de um certo vitimismo de Tsutsun, alimentado pela impressão de que os demais personagens, mesmo da própria namorada, só existem ali em prol de seu desenvolvimento.

Geralmente, eu até deixaria esse "recurso" (pobre) de narrativa passar em branco, visto que não seria - nem de longe - o seu primeiro uso num anime, mas não foi possível neste caso. Tsutsun tropeça na mesma pedra por várias vezes e torna-se irritante vê-lo preocupado com situações-problema parecidas, o que faz com que os personagens lhe deem praticamente os mesmos toques. Talvez isso possa ser fiel à realidade em muitos casos, mas a questão é que só temos tínhamos doze episódios para resolver o lance por aqui. 😣

Por fim, preciso mencionar a questão da animação: ô coisinha horrorosa, hein? 😞 Houve momentos em que fiquei mais preocupada com as presepadas do desenho do que com as falas... Agora que conseguiram uma segunda temporada para 2019, torço para que melhore! 🙏

Wotaku ni Koi wa Muzukashii


Em seu primeiro dia de trabalho numa nova empresa, Narumi está esperançosa para começar a escrever a sua história do zero. Contudo, o reencontro com Hirotaka, seu amigo de infância com quem tinha perdido contato desde o ensino médio, parece arruinar seus planos, já que ele sabe que Narumi é, assim como ele, uma otaku.
As preocupações logo se revelam à toa quando Narumi descobre que outros colegas de trabalho também têm esse tipo de hobby. Quanto a Hirotaka, após alguns encontros para beber, casualmente ele e Narumi começam a namorar; resta saber se essa relação, a despeito de seus hobbies, vai realmente vingar...


Outro romance com otaku na mesma temporada? Sim, mas este é o exemplo claro de que dá para explorar o tema de uma forma satisfatória e bem interessante! 💙

Saímos da atmosfera escolar e dos estereótipos de perdedor na vida para o ambiente adulto e corporativo: bem, ainda não dá para declarar abertamente que se é um otaku, mas dá para encontrar a sua "tribo" e investir o suado dinheirinho em seus hobbies, sem se sentir culpado por isso. Ainda, o portador do gosto por mangás, games, animes, dublagem e afins pode ser quem menos se espera, como o chefe do departamento ou a funcionária mais atraente do setor. Considerando esse contexto, a busca de um amor por um otaku parece incluir compreensão, tolerância e até, quem sabe, o compartilhamento de gostos parecidos.

Em Wotakoi, temos dois (ou até três) casais a cujos backgrounds somos apresentados em fragmentos de flashbacks espalhados pelos episódios. Em compensação, a interação dos casais no tempo presente é muito bem explorada de uma forma leve, divertida, mas também madura - ah, e sem nunca deixar seus hobbies de lado. Aliás, acho esse último ponto bacana, porque não apenas demonstra o quanto esse gosto significa na vida de cada personagem, como também que é possível ter um relacionamento saudável sem deixar de ser você mesmo. Simplesmente adorei e desejo mais! 😍

Kakuriyo no Yadomeshi


Desde pequena, a universitária Tsubaki Aoi tem a habilidade de ver e interagir com os ayakashi, entidades sobrenaturais típicas do folclore japonês. Um dia, Aoi conhece um oni (ogro) que a leva abruptamente para o plano onde os ayakashi vivem, o Kakuriyo.
Lá, Oodanna declara que Aoi havia sido-lhe prometida por seu avô numa dívida de jogo, não havendo outra alternativa para a garota, senão se casarem. Entretanto, Aoi nega-se veemente a aceitar esse destino e propõe-se a pagar a dívida de outra forma, o que a leva a preparar pratos deliciosos que conquistam o coração e o respeito de muitos ayakashi.


Ah, essa foi uma das mais agradáveis surpresas que tive nesta temporada: uma protagonista de espírito forte que, mesmo em meio a um ambiente hostil, tenta passar pelas adversidades com as habilidades que tem! 🤗 Com essa descrição, também vem a minha cabeça personagens como a Shirayuki (de "Akagami no Shirayuki-hime") e a Yona (de "Akatsuki no Yona") - ótimas obras também, recomendo -, mas o diferencial de Aoi aqui é ter a comida como seu maior trunfo. 🍽️

Pra mim, cozinhar é um ato de grande carinho, porque sempre se está pensando em quem vai comer, mesmo que essa pessoa seja "apenas" você mesma. Sendo gentil por natureza e guardando um grande respeito pela comida depois de um episódio traumático da infância, Aoi sempre tenta saber mais sobre os seus clientes, procura despertar memórias afetivas e aproveita ingredientes que estejam à mão ou sejam típicos da estação. Basta uma primeira garfada para todas essas considerações tornarem-se claras a todos os ayakashi que serve, conquistando sua confiança e admiração - inclusive do próprio Oodanna, que a adora, respeita e apoia por todos os seus méritos. ✨

Estou curiosa pelo que a segunda temporada reserva, já que a nova abertura mudou de tom, com uma música mais tensa e cenas que parecem se referir a todo um imbróglio relacionado ao passado de Aoi com Ginji, um ayakashi raposa muito querido que a ajuda desde o princípio da história. 🦊

Boku no Hero Academia Season 3


Depois de episódios em que a Liga de Vilões demonstrou avanços ousados, a escola de heróis UA resolve tomar providências para que seus alunos estejam minimamente em condições de enfrentar novas adversidades.
Para tanto, as turmas do primeiro ano participam de uma excursão de acampamento, mas Deku e seus amigos não poderiam imaginar como essa viagem seria o estopim para grandes mudanças no rumo da História...


Por mais que esteja acompanhando o mangá e, portanto, já saiba há tempos o que vai acontecer, eu juro que a minha pressão arterial ainda fica toda alterada assistindo a esse anime, haha! 😂 É que a animação é excelente, a dublagem é um primor e as músicas são muito bem colocadas - tudo isso me deixa emocionada, só pode ser, haha!

Como me comprometi a não dar spoilers - e muita coisa já acontece em pouquíssimos episódios -, vou aproveitar para falar algumas coisinhas relacionadas a HeroAca que têm me incomodado ultimamente: sei que tem gente que fala que esse é o "novo Naruto", mas particularmente eu acho injusta a comparação porque HeroAca é melhor são obras com diferentes ritmos e abordagens - até num viés mercantil das franquias.

Particularmente, a única vez que fiquei empolgada com Naruto assim foi assistindo ao primeiro episódio de Shippuden. Depois disso, por mais importantes que tenham sido algumas passagens e baixas, o desenvolvimento da história não compensava, com um ritmo muito arrastado e desestimulante - para não mencionar os inúmeros fillers. Em comparação, perdi as contas das risadas e do suador que HeroAca já me fez passar com uma quantidade bem inferior de episódios, em suma maioria fieis ao mangá... Well, meu blog, minhas preferências. 🤔

Bakugou Mitsuki diva, musa, rainha; o resto, nadinha

Por fim, queria fazer "menção honrosa" aos bebês chorões que não aguentam adversidade e acham-se no direito de enviar ameaças de morte ao autor de uma história que dizem ser fãs. Para quem não sabe, o autor de HeroAca foi ameaçado de morte por alguns supostos "fãs" em função do mais recente arco no mangá, no qual tem abordado a família Todoroki. #PLUSULTRAforHorikoshi

Eu enfatizo as aspas quantas vezes forem necessárias porque não consigo conceber que gente que acompanha HeroAca tem a pachorra de fazer uma coisa dessas. Ou Star Wars. Ou Star Trek. Pois é, não é uma novidade no mundo dos quadrinhos ou do entretenimento em geral, tanto ocidental quanto oriental, né? Acho que apenas comprova que uma concepção de possessividade muito errada, distorcida e tóxica continua se perpetuando entre alguns ditos "fãs" dos mais diversos círculos. Parafraseando aqui, you give fandom a bad name. Revisem aí e melhorem, gente. 🤦

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Obrigada por ter me acompanhado até aqui! 🙇
Gostou de algum anime também? Então, vamos tricotar mais nos comentários! 💙

18.7.18

Comentando uns animes e tal: Primavera/2018

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