8.4.16

Favoritos do Mês: Março, 2016


Mais uma novidade fresquinha da fábrica de ideias para o blog: vou apresentar as coisas que conferi e gostei em cada mês e, se rolar, eu rasgo mais seda a respeito de algo em outro post! Ah, e não se acanhem em pedir por isso nos comentários, tá? ;)
Nos Favoritos, pode ter de tudo: de carro a revista, de Drama CD a novela, de mangá a objeto de decoração, de esporte a DIY, de post textão a vídeo no YouTube... Tudo mesmo, ora pois. Muito bem, tópico explicado, então vamos ao que interessa: é hora de falar sobre os Favoritos de Março!

Amianto, do Supercombo

Eu conheci essa banda por mero acaso, ao me dar a chance de conhecer artistas musicais brasileiros com uma pegada mais indie. Não estou numa vibe tão negativa, mas essa música acabou conversando com uma fase pré depressiva - se é que dá para chamar assim - pela qual eu havia passado na adolescência. Adorei a comparação proposta pelo refrão e o recadinho sutil que surge próximo ao final da música: Mas tudo bem, nem sempre estamos na melhor...


Philomena

Assistir a esse filme também foi obra do acaso, porque a atriz Judi Dench acabou me chamando a atenção enquanto zappeava pelos canais da TV. Na verdade, tinha a confundido com a Imelda Staunton, que fez tão bem a Dolores Umbridge na série Harry Potter a ponto de eu pegar ódio dela, sem nunca ter visto outros de seus papeis. Contudo, a essa altura do campeonato, já nem me preocupava mais com isso e fui fisgada pela história até seu final.
Trata-se da procura de uma senhora irlandesa, acompanhada de um jornalista famoso, pelo seu filho, que foi obrigada a ceder há cinquenta anos para o convento que a abrigou. A princípio, o jornalista apenas embarca nessa porque pretendia vender uma matéria intrigante para um editorial; contudo, sendo ateu e cético, ele se surpreende com uma jornada intensa de descobertas que envolvem principalmente a religião. Essa é uma história baseada em fatos reais que revelou um esquema articulado por conventos irlandeses, no qual crianças de mães solteiras por eles abrigadas eram vendidas para casais estrangeiros, que as adotavam e levavam para seus países de origem.
Apesar do clima pesado que esse plot possa sugerir, o diretor trabalhou bem para que a narrativa da joia em suas mãos não levasse apenas à angústia e ao sofrimento: alívios cômicos proporcionados pela senhorinha simpática do interior foram colocados na medida certa, o que me faz recomendar muito esse filme na rara categoria de comédia dramática.


Digimon Adventure Tri. - Episódio 2: Ketsui

Eu já falei sobre o meu amor por Digimon no post de aniversário de 17 anos da série, mas não dá para negar que essa nova temporada está se tornando um deleite tanto para os fãs saudosistas, quanto para os aventureiros que resolveram conferir pela primeira vez.
Se o episódio de estreia tomou cuidado para apresentar toda situação em torno da qual a história  giraria, o segundo já desenvolve em cima com maior liberdade. É Izzy/Izumi caidinho pela Mimi, são as meninas da turma invadindo o onsen masculino, o Gomamon tristonho (queria abraçar o coitadinho), o Leomon com coração de manteiga... Mas o que o Imperador Digimon está fazendo ali? E essas novas digievoluções?!
Senti muita angústia, gargalhei horrores, chorei um pouco, xinguei muito o Joe e fiquei bege, tudo num episódio só! Como tem mais quatro por vir, já me vejo sofrendo de taquicardia!


One Punch Man

Num belo e tranquilo início de noite, resolvi assistir a um episódio de One Punch Man por mera curiosidade. Conclui a série ao som do primeiro cantarolar dos passarinhos, às seis horas da matina - quem nunca, né?
Cidades são sempre potenciais alvos de criaturas estranhas e não é incomum pessoas se tornarem monstros pelos motivos mais estapafúrdios; para combater essas ameaças, investe-se menos em forças armadas e mais na formação de super-heróis. Nesse contexto, temos o Saitama, um cara normal que treinou muito para se tornar um super-herói. Além de estar aborrecido por perder seus cabelos durante o processo, Saitama agora vive um drama: o tédio por ser capaz de terminar as lutas com um único e simples soco, de tão forte que se tornou.


É engraçado conhecer a série e perceber que aquela abertura épica e as imagens oficiais de um protagonista determinado tornam-se traps, afinal, antes de uma aventura heroica, essa é uma comédia non-sense! Na verdade, ainda não consegui digerir muito bem One Punch Man por introduzir várias coisas que, no final das contas, não encontram propósito algum em si: em menos de dois minutos, conta-se a origem de um determinado monstro, tudo para o Saitama destruí-lo no instante seguinte e não levar isso adiante! Por que eu recebi toda essa informação, gente?! Outra coisa é que tem toda uma dedicação gráfica em mostrar derramamento de sangue, mutilação, exposição de órgãos internos e as formas mais grotescas de matar sem haver, contudo, razão de ser. "Morreu um monte de gente, mas bola pra frente!" "... Mas hein?"
Fora isso, eu entendi que o Saitama em si, vez que retratado de forma tão medíocre, é uma espécie de crítica àqueles personagens hiper-fodásticos das HQs americanas. E não duvide de seus instintos quando achar que o seu uniforme lembra o do Anpanman, porque não é mera coincidência...
Ainda não sei bem se recomendo essa série, mas não foi uma história ruim e talvez tudo valha a pena ao se apaixonar por Genos, o ciborgue autoproclamado discípulo e admirador de Saitama (ah, eu já shippei os dois, como não poderia deixar de ser ♥).

Uma Vida no Escuro, de Anna Lyndsey

Eu vou confessar que ainda não terminei a leitura, mas posso dizer que estou adorando o que li até agora, o que seria lá pelos dois terços do livro. A história é sobre uma ex-funcionária pública inglesa que é forçada a trocar uma vida promissora em campanhas de candidatura ao Primeiro Ministério, folgas escalando montanhas e explorando a natureza, e até os sonhos do matrimônio com um companheiro maravilhoso pelo confinamento à completa e absoluta escuridão. Anna, que adotou esse pseudônimo para a publicação, desenvolveu uma hipersensibilidade tão terrível que basta alguns segundos de exposição indireta a filetes, se não pequenas frestas descuidadas de luz para sentir-se como se estivessem passando um maçarico por toda a sua pele.


A narrativa parece um diário muito bem escrito, em que Anna passeia pelos formatos, cores, cheiros e até a forma com que a luz se projetava em suas tão valorizadas memórias de vida normal; pela via sacra que teve de se submeter entre diagnósticos negligentes e um sem número de médicos indispostos a estudar e perseverar com o seu tratamento; pelas brincadeiras e hábitos curiosos que criou com essa nova condição, e, finalmente, pelos choques de realidade e desespero ao pensar em como será seu futuro e daqueles que a amam. Me dá aperto no coração quando Anna fala sobre seu companheiro com tanto carinho, por topar apoiar, cuidar e dedicar um amor sublime a ela, ao mesmo tempo que lhe dói pensar que poderia estar decretando uma vida infeliz ao amado, já que, mais do que não poderem casar, terem filhos ou passearem juntos, eles mal podem se ver na penumbra necessária de casa.
Não sei ainda como essa narrativa pessoal vai acabar, afinal Anna ainda está aí, lutando e criando mais capítulos de sua história (sim, é uma história real!), mas tenho a impressão de que, ao terminar a leitura, vou valorizar - aliás, já estou valorizando - muito mais as simples e pequenas dádivas que nos são oferecidas a cada dia em vida.

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